Ollantaytambo – A 1ª Cidade Inca Sobrevivente e Berço da Wallata
O Parque Arqueológico de Ollantaytambo, também conhecido como “a cidade inca vivente”, é um dos principais acessos à zona da selva de Cusco e à vila de Aguas Calientes, porta de entrada para Machu Picchu. Este impressionante recinto arqueológico esconde um atrativo turístico de grande valor histórico e cultural, cercado por outros importantes sítios incas, como as Qolqas de Ollantaytambo. Visitar este complexo é uma parada essencial para quem se dirige a Machu Picchu de trem, pois permite apreciar a grandiosidade da engenharia inca e a vida tradicional que este majestoso lugar do Vale Sagrado ainda conserva.
Tabla de Contenidos
Etimologia
Ollantaytambo provém da união das palavras quéchuas “Ullantay Tampu”:
Ullantay: “general inca Ollanta”
Tampu: “pousada ou lugar de descanso”
Significa: “Pousada de Ollanta” ou “lugar/vale de Ollanta”.
Localização
Situado a aproximadamente 90 km a noroeste da cidade de Cusco, é acessível pela estrada Chinchero-Urubamba ou por trem (km 68). Encontra-se a 2.700 metros sobre o nível do mar (m.s.n.m.).
Resenha Histórica
Ollantaytambo foi um centro estratégico no Império Inca, destacando-se por sua relevância religiosa, militar e econômica devido à sua localização como nexo entre distintos ecossistemas e sua conexão com o vital caminho do Chinchaysuyo. Embora sua origem remonte a um assentamento agrícola da tribo Tampus, sua estrutura foi consolidada para a nobreza inca, dividida em setores como Qosqo Ayllu e Araccama Ayllu. Em meados do século XV, o Inca Pachacútec a reformou ou refundou, ordenando as construções que hoje definem o imponente sítio arqueológico, transformando-a em um ponto crucial do império.
Com o passar do tempo, o papel de Ollantaytambo evoluiu: durante o século XX, as reformas agrárias a transformaram em uma zona de Cooperativas Agrárias de Produção. Atualmente, seu significado é principalmente cultural e patrimonial, sendo reconhecida globalmente por sua história e pela impressionante arquitetura inca. Em essência, Ollantaytambo representa uma valiosa síntese cronológica da ocupação e desenvolvimento andino, desde seus inícios agrícolas até seu status moderno como um marco cultural ineludível.
Atrações Turísticas
Templo do Sol É um majestoso conjunto arquitetônico, em grande parte destruído, mas cujos imponentes muros de pedra se erguem como testemunhas eternas da grandeza inca. Cada bloco, perfeitamente encaixado, forma uma tela pétrea que irradia força e harmonia. Sua solidez e admirável construção permitiram que resistisse à fúria dos extirpadores de idolatrias e frustrasse as tentativas dos saqueadores.
Pórtico Monumental e Recinto das 10 Hornacinas
Este impressionante conjunto encontra-se no último nível do grupo superior de andenes (terraços) da Real Casa do Sol (ou Fortaleza). É caracterizado por uma parede monumental constituída por dois imponentes painéis pétreos de alvenaria fina. Originalmente, formava um grande recinto ou sala que, apesar de estar incompleto, destaca-se pelas suas dez grandes nichos ou hornacinas trapezoidais.
Fonte da Ñusta (Fonte da Princesa)
É uma fonte com triplo vertedouro, disposta em enquadramentos paralelos e quebrados, finamente esculpidos em sua face frontal. Os incas a construíram como parte de um conjunto de fontes litúrgicas destinadas a cerimônias rituais e ao culto da água, elemento sagrado em sua cosmovisão.
Andenes (Terraços)
Os andenes de Ollantaytambo são uma notável amostra da engenharia agrícola inca. Construídos nas encostas montanhosas, controlavam a erosão, otimizavam a irrigação e geravam microclimas para diversos cultivos. Seu design preciso demonstra a harmonia entre a arquitetura inca e a natureza do Vale Sagrado.
Cerro Pinculluna
Qolqas Em frente ao Parque Arqueológico, na encosta do morro Pinculluna, encontram-se as históricas qolqas (armazéns de alimentos incas). Além destas estruturas, a própria montanha forma um rosto pétreo natural e longevo que os moradores locais frequentemente associam ao Ekeko, a deidade andina da abundância e prosperidade.
Danza Wallata
É um Patrimônio Cultural que representa o cortejo e a fidelidade da Wallata (ganso andino). Os dançarinos simulam os movimentos desta ave sagrada, sendo celebrada nas comunidades altoandinas, principalmente durante os Carnavais.
Preservação
O Parque Arqueológico de Ollantaytambo foi declarado Patrimônio Cultural da Nação (Resolução Diretorial Nacional N° 395/INC de 27 de maio de 2002) e delimitado com uma área de 34.800 hectares. Essa condição o torna uma área protegida sob a custódia da Direção Desconcentrada de Cultura de Cusco.
Importância
O Parque Arqueológico de Ollantaytambo é um dos complexos incas mais importantes de Cusco, destacando-se por sua vasta infraestrutura. Dentro dele, o Povoado Histórico de Ollantaytambo é um testemunho de valor incalculável, sendo o único povoado inca que permanece habitado na atualidade, por isso é conhecido como a “Capital Mundial da Indianidade“. Reforçando sua riqueza cultural, a emblemática Danza Wallata foi declarada oficialmente Patrimônio Cultural da Nação em 30 de outubro de 2008.
Conclusão
Ollantaytambo representa a síntese suprema da engenharia e genialidade inca, por ter funcionado simultaneamente como formidável fortaleza, templo e centro administrativo. Seu legado mais singular reside em ser o único povoado inca que permanece vivo, com famílias que ainda habitam o traçado urbano original. Esta excepcional persistência, juntamente com sua arquitetura monumental e suas incríveis edificações pétreas, consolidam Ollantaytambo como um testemunho ineludível da avançada civilização e da profunda resistência cultural no coração do Vale Sagrado.
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